Categorias da Segurança Pública preparam novas mobilizações

Categorias da área da segurança decidiram se mobilizar para reivindicar pautas não atendidas pelo governo. A Polícia Civil vai paralisar as atividades durante 24 horas ao passo que os agentes penitenciários prometem manifestação em frente da Governadoria, no Parque dos Poderes.

O governo do Estado não se manifestou sobre a mobilização dos servidores e, com a aprovação, pela Assembleia Legislativa, do projeto que prorrogou por mais um ano o abono de R$ 200, está praticamente dando por encerradas as negociações. Alguns pontos de negociação que não implicam reajuste salarial ainda podem ser objeto de entendimento como a revisão da jornada de oito horas para algumas categorias, ou providências relacionadas à melhoria das condições de trabalho. Sobre a mobilização, contudo, nenhum órgão do governo se manifestou.

Operação padrão

De acordo com o presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Giancarlo Miranda, o atendimento de todas as delegacias do Estado deve ser reduzido. "Somente as prisões que ocorrem em flagrante", disse, explicando que nem mesmo o registro de boletim de ocorrência será feito.

O presidente do Sinpol explicou que a paralisação acontece a partir das 8 horas e se deve às reivindicações não atendidas pelo poder público. As principais demandas são a reestruturação da carreira, a correção da inflação, a incorporação do abono no valor de R$ 200 e a publicação das promoções, que segundo Giancarlo estão há um ano paradas.

'Fora tudo isso, nós estamos dispostos a dialogar com o governo, entretanto o governador tem de receber a gente. Pedimos uma audiência com o governador para que ele entenda nossas demandas e a gente possa entender a situação do Estado", destacou. No mesmo dia, a categoria vai realizar uma assembleia geral, na qual a possibilidade de greve pode ser discutida

A Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul) divulgou nota, convocando a categoria para uma manifestação. Conforme a entidade, as atividades serão mantidas nas áreas de segurança, saúde e alimentação, no entanto, "outros setores possivelmente serão impactados devido a paralisação de outras categorias da segurança pública". Os agentes pedem reajuste salarial inflacionário de 4,78%. A reportagem não conseguiu contato com o presidente do sindicato.

O presidente da AOFMS (Associação dos Oficiais Militares Estaduais de Mato Grosso do Sul), Alírio Villasanti, pontou que os policiais militares e bombeiros continuaram trabalhando normalmente, contudo, a paralisação da Polícia Civil deve impactar nos trabalhos. "Como a Polícia Civil vai estar parada, com certeza a morosidade no atendimento será muito grande. Não terá para quem entregar o preso, por exemplo. O atendimento da PM será muito prejudicado", citou.