Delcídio assume PTB ao lado de Puccinelli e com planos para governo

O ex-senador Delcídio do Amaral assumiu o diretório estadual do PTB com planos para se candidatar ao governo em 2022 e tentar, pela terceira vez, o cargo. O partido, presidido nacionalmente pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson, foi o alvo da CPI dos Correios, em 2005, que culminou no escândalo do Mensalão, durante o governo de Luis Inácio Lula da Silva. Na ocasião, Delcídio foi o presidente da CPI que quase acabou com o governo do petista e tirou os direitos políticos de Jefferson por oito anos e um tempo na prisão.

Agora, águas passadas, Delcídio, que também foi alvejado por investigação política que lhe custou o mandato de senador e ainda a prisão por alguns meses, quer dar novo sopro ao PTB, ao lado do ex-governador André Puccinelli, outro que foi alvo de investigação e também esteve preso.  Puccinelli foi eleito governador em 2006, pelo MDB, contra Delcídio. Em 2014, o ex-senador era favorito à eleição ao governo, porém o início da Lava-Jato ajudou a eleição do atual governador Reinaldo Azambuja.

No evento deste sábado, realizado na Câmara Municipal de Campo Grande, Delcídio se mostra animado com as causas sociais, antes tão comuns ao seu partido de origem, o PT. "Vamos fazer um partido leve, vibrante, que abrace as causas econômicas sociais".

Jefferson deseja que Delcídio seja candidato já em 2020, à prefeitura de Campo Grande. "Estamos tentando convencer ele (Delcídio) a aceitar esse desafio", explicou.

O PTB esteve nas mãos, até o ano passado, do atual senador Nelsinho Trad. Após a eleição, ele se mudou para o PSD, partido dos irmãos Fábio (deputado federal) e Marquinhos (prefeito de Campo Grande). O sobrinho Otávio ainda está no partido, com data de saída na janela.

Sobre a prefeitura, Delcídio esquiva. "Vou trabalhar com o partido, com o Neno Razuk (deputado estadual da região de Dourados e filho da prefeita de Dourados, Délia) aqui e com o Roberto em Brasília. Estou à disposição do partido".