Enem de 2019 tem nove mil inscritos com mais de 60 anos

Universo de idosos que vão prestar o exame é de 0,2% em relação ao total de inscrições confirmadas até agora

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2019 tem, até o momento, pouco mais de cinco milhões de inscrições confirmadas, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O número desconsidera cerca de 1,3 milhão de pessoas que se inscreveram, mas ainda não pagaram a taxa de inscrição de R$ 85 para protocolar a participação.

Dentre eles, 0,2% é de pessoas com mais de 60 anos. Essa porcentagem representa 9,8 mil pessoas acima dessa idade que vão fazer as provas nos dias 3 e 10 de novembro. O Enem é elaborado e aplicado pelo Inep para dar acesso a cursos universitários em instituições de ponta do país, em um processo que acontece de três formas: por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) ou do Programa Universidade para Todos (ProUni).

O número representa um universo ainda pequeno de pessoas que, por conta da desigualdade escolar brasileira do passado, não conseguiu estudar quando jovem. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), por exemplo, mostra que 18,6% das pessoas com mais de 60 anos no país não sabia ler e escrever em 2018 - dois anos atrás, a taxa era de 20,4%.

Além disso, a Pnad mostra que o tempo de estudo de pessoas com mais de 60 anos está em crescimento: eram seis anos em 2016 e foram 6,4 no ano passado. A maioria dos idosos que decidem entrar na universidade procuram cursos como Direito, Jornalismo, Enfermagem e Serviço Social.

Os jovens, no entanto, ainda são a imensa maioria: 26,7% dos inscritos estão na faixa dos 21 a 30 anos, enquanto 17,8% tem 17 anos e 15,9% tem 18 anos. As mulheres, representando 59,5% dos confirmados, e os negros (42%) são maioria entre os candidatos que farão o Enem em 2019.