Juiz mantém afastado delegado alvo do Gaeco na fronteira

O delegado Patrick Linares da Costa (Imagem: Arquivo)

A Justiça manteve o afastamento do delegado Patrick Linares da Costa, que foi alvo da operação Codicia (ganância em espanhol), deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em abril deste ano.


Patrick chefiava a 2ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, e já estava de despedida do cargo, pois foi aprovado no concurso para juiz do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). A nomeação para magistrado foi suspensa.


A defesa pediu a revogação das medidas cautelares à 2ª Vara Criminal de Ponta Porã, mas todas foram mantidas pelo juiz da comarca.


Desta forma, ele segue afastado do cargo de delegado enquanto tramita a ação penal, fica impedido de acessar os prédios de qualquer uma das delegacias de polícia existentes no município de Ponta Porã e proibido de manter qualquer tipo de contato direto com as pessoas que estão sendo investigadas no procedimento (com exceção de sua esposa).


As restrições ainda exigem a entrega da arma funcional e a proibição de portar arma de espécie alguma (mesmo que particular). A decisão foi publicada na edição de hoje do Diário da Justiça.


O Gaeco investigou policiais civis por suspeita de cobrança de propina para devolução de veículos em poder da Polícia Civil em Ponta Porã. No mês passado, o juiz Marcelo Guimarães Marques, da 2ª Vara Criminal, aceitou denúncia contra o delegado afastado e mais 10 investigados na operação Codicia. A ação revelou o balcão de negócios da segurança pública.


A denúncia à qual o Campo Grande News teve acesso é referente aos crimes de organização criminosa, corrupção (passiva e ativa) e peculato (desvio). Entretanto, pelo menos outras três foram apresentadas, mas estão em segredo de Justiça.


O advogado Diego Gonçalves, que atua na defesa do delegado afastado, recorreu ao Tribunal de Justiça contra a decisão.


Fonte: Campo Grande News