Justiça aceita denúncia contra filho de Azambuja

A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) aceitou o recurso do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS) contra a decisão da  a juíza May Melke Amaral, da 4ª Vara Criminal, que rejeitou a denúncia contra o filho do governador Reinaldo Azambuja, Rodrigo Souza e Silva, por roubo majorado no suposto envolvimento dele no roubo de veículo na BR-262. 

Conforme noticiado em setembro de 2018, o aposentado Luiz Carlos Vareiro, 61 anos, era quem teria sido contratado para e executar o "serviço" e denunciou ao Ministério Público que Rodrigo foi o mandante do crime. 

Suposto plano para matar o corretor de gado, José Ricardo Gutti Gumari, apelidado de "Polaco", foi um dos principais motivos para a Polícia Federal pedir a prisão de empresários, políticos e pecuaristas ligados à cúpula da administração Reinaldo Azambuja (PSDB).  A revelação consta na decisão do ministro Felix Fisher, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou a prisão temporária de 14 pessoas, durante operação Vostok, desencadeada no dia 12 de setembro de 2018.

Conforme o documento, Polaco estaria chantageando os envolvidos no esquema, sob ameaça de que faria uma delação premiada. Consta ainda que o aposentado Luiz Carlos Vareiro, 61 anos, era quem teria sido contratado para e executar o"serviço", depois  de Polaco ser citado em reportagem do programa Fantástico, Rede Globo, exibida no dia 28 de maio de 2017, que denunciava o esquema.

Na época, o lavador de carros denunciou que roubou "propina" de R$ 270 mil paga por integrantes da administração estadual a Polaco. Articulador do roubo, Luiz Carlos Vareiro exigiu a presença do Ministério Público para revelar como orquestrou o crime. O promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, do Grupo Especial de Combate à Corrupção, compareceu à delegacia para ouvi-lo. 

De acordo com Luiz Carlos, o filho de Azambuja teria lhe procurado para encomendar o roubo da propina destinada a Polaco, além da morte do corretor. Polaco é apontado como um dos operadores do esquema investigado na operação da PF. 

Com a decisão da tarde desta terça-feira (17), de acordo com o TJMS, o processo volta para a primeira instância onde deve ser julgado. O recurso já estava tramitando na 2ª Câmara Criminal e o relator do caso, o desembargador José Ale Ahmad Netto, acatou o recurso e votou pelo recebimento da denúncia. Ele foi acompanhado pelo desembargador Jonas Hass Silva Júnior, porém o juiz em substituição Waldir Marques pediu vistas e hoje declarou o voto com o relator.

O advogado de defesa de Rodrigo, Gustavo Passarelli, disse que vai recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Apresentaremos recurso contra a decisão para o STJ e também defesa em primeiro grau quando o processo retornar. Demonstraremos a inocência de nosso cliente", disse ao Correio do Estado.